domingo, 17 de maio de 2015







FLORES

Que os poemas escritos sejam flores
a perfumar o mundo com odor
a embelezar o mundo com suas cores
mostrando ter beleza cada cor

As flores não dependem de favores
que façam ressaltar que têm valor;
elas se impõe tão só por seus primores
fiéis a como as fez o Criador

Que aprendam delas todos os poemas
as qualidades tridimensionais
de forma, cheiro e cor, e o se doar,

- também os seus fonemas musicais -,
a sensibilizar, pois vale a pena
ter gosto em se doar. Isto é amar.

Diógenes Pereira de Araújo







quarta-feira, 11 de junho de 2014



Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabe sonhavas os meus sonhos
Por fim
*Cartola

domingo, 2 de março de 2014

Intimidade




Não foi, amada!
Não foi o orvalho
da madrugada...
Foi a lua na janela
que te surpreendeu
dormindo e chorou
desconsolada...

 Afonso Estebanez Stael

Reminiscências

Ah! Se eu pudesse voltar a ver.
 Ah! Se eu pudesse alcançar ...
 Além, Muito além ...
 Atrás de todos os horizontes, 
Aquele arrebentar de roseirais ...
Mocidade!
 Minhas viçosas pétalas, 
Cantando ou chorando ...
 Mas, Minhas esperas ...
 Amontoadas rosas precipitando perfumes ...
 Ali, Mais além,
 Já muito além!
 Ah! Aquele arrebentar de roseirais!
 Ah! Se eu pudesse alcançá-los! 
Ah! Se eu pudesse voltar para ver.

 Alvina Nunes Tzovenos
 de ‘Busca de Infinitos’

domingo, 16 de fevereiro de 2014

...

Queria fazer um verso triste
pungente, amargurado
desses que fazem os olhos marejarem
e o coração bater impaciente.
Mas...
a tarde está tão linda !!!!

£una

Natureza


Quando entro numa floresta, ajoelho-me,
porque ela é a mais antiga das Igrejas,
aquela em que o primeiro homem ergueu ao céu
a sua primeira prece: saudação à Natureza!

Não há sacerdotes nesta Igreja, nem velas no seu altar,
nem fumos de incenso, que saiam dos turíbulos
de prata! Há uma multidão silenciosa,
que estende os braços robustos para o alto...

E, sobre aqueles braços, uma multidão de mãos,
se abrem para implorar a vida ao sol, que tudo cria.
A natureza mais sábia, soube na Floresta preparar
bálsamos diversos, para todos os males da alma.

Porque todas aquelas folhas verdes e sussurrantes
ao vento, dizem a sua prece no murmúrio misterioso
duma língua sem palavras, tudo reza: rezam as folhas,
e com elas os insectos da Terra nos ramos entre a cortiça!

Eu me encontro como uma criança, num berço onde a
vida germina e cresce, lenta, esperançosa, apontando
a Natureza Futurecida! Nasce-se e morre-se a cada
hora a cada minuto naquele berço esmeraldino e fresco...

Efigênia Coutinho (Mallemont)

sábado, 14 de julho de 2012

A QUARESMEIRA





A quaresmeira, lá no meu quintal,
pede passagem para a poesia
e as cores vivas pintam o madrigal
co'a cor dos olhos de uma estrela fria.

À tarde, a chuva chega em temporal
cumprindo a sempre triste melodia
do encanto da estação... canção austral
chamando a noite de uma estrela fria.

Arbusto feiticeiro, flor charmosa...
delírios disfarçando a venenosa
saudade roxa, feita sedução...

O teu segredo eu guardo numa prosa,
mas não revelo à pétala da rosa,
nem ao espinho, as cores da paixão.

(© Nathan de Castro)

sábado, 16 de junho de 2012

AS BORBOLETAS


 Brancas
Azuis
Amarelas
E pretas
Brincam
Na luz
As belas
Borboletas
 Borboletas brancas
São alegres e francas.
 Borboletas azuis
Gostam muito de luz.
 As amarelinhas
São tão bonitinhas!
 E as pretas, então…
Oh, que escuridão!
( Vinicius de Moraes)
Será sempre agora.

Viajarei pelas galáxias

universo afora.

domingo, 10 de junho de 2012




O homem gostaria de ser peixe ou pássaro,
 a serpente gostaria de ter asas, 
o cão é um leão confuso...
Mas o gato quer ser somente gato,
e todo gato é um puro gato
desde o bigode ao rabo



Sede como os pássaros que, ao pousarem um instante sobre ramos muito leves, sentem-nos ceder, mas cantam! Eles sabem que possuem asas.

sábado, 9 de junho de 2012

Os Periquitos


No leque verde dos coqueiros
Que ornam a margem dos caminhos,
Os periquitos galhofeiros
Zombam dos outros passarinhos.

Numa algazarra delirante,
Batendo as asas irisadas,
Cantam a terra e o céu distante,
Glorificando as alvoradas.

Porque se julguem muito ricos
Donos do espaço e das alturas,
Fogem dos pobres tico-ticos,
Trocando afetos e ternuras.

Unidos contra aos caçadores,
Andam ariscos e assustados:
Temem os ventos destruidores
E a poeira azul dos descampados.

São tão alegres, tão ruidosos,
Que a gente ao vê-los avalia
Que sejam todos venturosos,
Brincando ao sol de cada dia.

Não param nunca os mais tranqüilos.
Pulam, febris, de galho em galho.
Com que prazer, para segui-los,
Deixo de lado o meu trabalho!

Passam a vida saltitando
E é cada qual mais tagarela.
Onde vai um, lá vai o bando,
Cortando o azul na tarde bela.

Ordena um deles a partida
Em busca de outros horizontes.
Depois é a volta… E que corrida
Vertiginosa sobre os montes!

E quando, à noite, escuto os gritos
De mil insetos bandoleiros,
Dormem, sonhando, os periquitos
No leque aberto dos coqueiros.

Osório Dutra

A alma é um cenário.
Por vezes, ela é como uma manhã brilhante e fresca,
inundada de alegria.
Por vezes ela é como um pôr do sol...
triste e nostálgico.

(Rubem Alves

terça-feira, 5 de junho de 2012

A flor do maracujá






Pelas rosas, pelos lírios,

Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do Sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá !


Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá.


Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá.


Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá !


Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá !
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová !
Pela lança ensangüentado
Da flor do maracujá !


Por tudo que o céu revela !
Por tudo que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está !!..
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá !


Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em - a -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!
Fagundes Varela



segunda-feira, 4 de junho de 2012

"OS PÁSSAROS E AS FLORES"


Simplesmente uma flor

nasceu ali, no meu quintal,
mais um botão desabrochou
mas se perdeu no temporal.

Mas com a chuva que caiu

levou as nuvens o vendaval,
novamente a planta floriu
e coloriu o meu quintal.

Os pássaros todos voltaram

as borboletas também,
os colibris as beijaram.

E quando o sol se abriu

que a primavera surgiu,
os botões desabrocharam.
Antonio Hugo