domingo, 10 de junho de 2012
sábado, 9 de junho de 2012
Os Periquitos
No leque verde dos coqueiros
Que ornam a margem dos caminhos,
Os periquitos galhofeiros
Zombam dos outros passarinhos.
Numa algazarra delirante,
Batendo as asas irisadas,
Cantam a terra e o céu distante,
Glorificando as alvoradas.
Porque se julguem muito ricos
Donos do espaço e das alturas,
Fogem dos pobres tico-ticos,
Trocando afetos e ternuras.
Unidos contra aos caçadores,
Andam ariscos e assustados:
Temem os ventos destruidores
E a poeira azul dos descampados.
São tão alegres, tão ruidosos,
Que a gente ao vê-los avalia
Que sejam todos venturosos,
Brincando ao sol de cada dia.
Não param nunca os mais tranqüilos.
Pulam, febris, de galho em galho.
Com que prazer, para segui-los,
Deixo de lado o meu trabalho!
Passam a vida saltitando
E é cada qual mais tagarela.
Onde vai um, lá vai o bando,
Cortando o azul na tarde bela.
Ordena um deles a partida
Em busca de outros horizontes.
Depois é a volta… E que corrida
Vertiginosa sobre os montes!
E quando, à noite, escuto os gritos
De mil insetos bandoleiros,
Dormem, sonhando, os periquitos
No leque aberto dos coqueiros.
Osório Dutra
terça-feira, 5 de junho de 2012
A flor do maracujá
Pelas rosas, pelos lírios,
Pelas abelhas, sinhá,
Pelas notas mais chorosas
Do canto do Sabiá,
Pelo cálice de angústias
Da flor do maracujá !
Pelo jasmim, pelo goivo,
Pelo agreste manacá,
Pelas gotas de sereno
Nas folhas do gravatá,
Pela coroa de espinhos
Da flor do maracujá.
Pelas tranças da mãe-d'água
Que junto da fonte está,
Pelos colibris que brincam
Nas alvas plumas do ubá,
Pelos cravos desenhados
Na flor do maracujá.
Pelas azuis borboletas
Que descem do Panamá,
Pelos tesouros ocultos
Nas minas do Sincorá,
Pelas chagas roxeadas
Da flor do maracujá !
Pelo mar, pelo deserto,
Pelas montanhas, sinhá !
Pelas florestas imensas
Que falam de Jeová !
Pela lança ensangüentado
Da flor do maracujá !
Por tudo que o céu revela !
Por tudo que a terra dá
Eu te juro que minh'alma
De tua alma escrava está !!..
Guarda contigo este emblema
Da flor do maracujá !
Não se enojem teus ouvidos
De tantas rimas em - a -
Mas ouve meus juramentos,
Meus cantos ouve, sinhá!
Te peço pelos mistérios
Da flor do maracujá!
Fagundes Varela
segunda-feira, 4 de junho de 2012
"OS PÁSSAROS E AS FLORES"
Simplesmente uma flor
nasceu ali, no meu quintal,
mais um botão desabrochou
mas se perdeu no temporal.
Mas com a chuva que caiu
levou as nuvens o vendaval,
novamente a planta floriu
e coloriu o meu quintal.
Os pássaros todos voltaram
as borboletas também,
os colibris as beijaram.
E quando o sol se abriu
que a primavera surgiu,
os botões desabrocharam.
Antonio Hugo
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