quarta-feira, 11 de junho de 2014



Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E quem sabe sonhavas os meus sonhos
Por fim
*Cartola

domingo, 2 de março de 2014

Intimidade




Não foi, amada!
Não foi o orvalho
da madrugada...
Foi a lua na janela
que te surpreendeu
dormindo e chorou
desconsolada...

 Afonso Estebanez Stael

Reminiscências

Ah! Se eu pudesse voltar a ver.
 Ah! Se eu pudesse alcançar ...
 Além, Muito além ...
 Atrás de todos os horizontes, 
Aquele arrebentar de roseirais ...
Mocidade!
 Minhas viçosas pétalas, 
Cantando ou chorando ...
 Mas, Minhas esperas ...
 Amontoadas rosas precipitando perfumes ...
 Ali, Mais além,
 Já muito além!
 Ah! Aquele arrebentar de roseirais!
 Ah! Se eu pudesse alcançá-los! 
Ah! Se eu pudesse voltar para ver.

 Alvina Nunes Tzovenos
 de ‘Busca de Infinitos’

domingo, 16 de fevereiro de 2014

...

Queria fazer um verso triste
pungente, amargurado
desses que fazem os olhos marejarem
e o coração bater impaciente.
Mas...
a tarde está tão linda !!!!

£una

Natureza


Quando entro numa floresta, ajoelho-me,
porque ela é a mais antiga das Igrejas,
aquela em que o primeiro homem ergueu ao céu
a sua primeira prece: saudação à Natureza!

Não há sacerdotes nesta Igreja, nem velas no seu altar,
nem fumos de incenso, que saiam dos turíbulos
de prata! Há uma multidão silenciosa,
que estende os braços robustos para o alto...

E, sobre aqueles braços, uma multidão de mãos,
se abrem para implorar a vida ao sol, que tudo cria.
A natureza mais sábia, soube na Floresta preparar
bálsamos diversos, para todos os males da alma.

Porque todas aquelas folhas verdes e sussurrantes
ao vento, dizem a sua prece no murmúrio misterioso
duma língua sem palavras, tudo reza: rezam as folhas,
e com elas os insectos da Terra nos ramos entre a cortiça!

Eu me encontro como uma criança, num berço onde a
vida germina e cresce, lenta, esperançosa, apontando
a Natureza Futurecida! Nasce-se e morre-se a cada
hora a cada minuto naquele berço esmeraldino e fresco...

Efigênia Coutinho (Mallemont)