sábado, 30 de julho de 2011



Noturno céu...é de lua e anel
um feixe incide feito cadente
reflete colinas e da vertente
a tinta que corre daquele pincel.

O manto se estende e encobre
o ruído do formoso verdor
e sem temor pousa já outra cor
mescla de rubro... desce e sobe.

Suspenso halo entre lua e sol
pende de um lado ao outro
qual ventania, deita o girassol

com nastro de cobre e veludo
borda, dobra, redobra o globo
cerra os olhos, é suave arrulho."

Milamarian

Crepúsculo





Em um silêncio saboroso deitou-se o sol
e no crepúsculo de modo tímido abraça
levando a paisagem campestre que passa
flutuantes odores dourados de girassol.
Nitidamente no azul celeste cerra o manto
de brilho veste o céu as estrelas sem fim
pinceladas na clareza enluarada assim
balouçam as folhas num melodioso canto.
Vagando um lobo ulula sobre o monte
ecoa chamando os filhotes ao luar
sem pressa entre folhagens se esconde.
A noite dorme ao bramir do vento frio
esvoaçando silenciosa para pousar
a negra mariposa mira a luz do candil.
leslie bravin

sábado, 23 de julho de 2011

Hoje não vou colher
nem laranjas, nem flores, nem amoras.
Vou ver crescer o dia
no redondo das frutas,
e ouvir sem pressa o canto destas aves.
Serão as mesmas de ontem?
Um dia a mais que fez de mim, que faz?
E as aves que cantavam,
se não são estas, onde
estão? O canto apenas se repete?
Aquela que ontem via
o que ora vejo, não é mais em mim?
Então eu me renovo
como as águas e as plantas?
Sou outra, ou me acrescento ao que já sou?
No entanto, é tudo igual,
embora eu saiba que só na aparência;
e meu prazer me vem
de estar sentada aqui,
detendo um tempo que se não detém.

Marly de Oliveira